Era uma vez, eu dentro de casa Cansado do mesmo E aconteceu Bem, dessa vez, eu quis sair Tudo lá fora atraía com brilho, e eu fugi Depois dos portões, sonhei Do mundo eu era rei, pude escrever algo novo usando somente minhas mãos Os sonhos que almejei, as coisas que desejei, o que toquei, alcancei, possuí Me entreguei à ilusão Mas sei que eu me perdi, tentando me encontrar (Foi tão profundo que o poço mais fundo não tem mais lugar pra ti) Eu percebi, nada ganhei Os que amei, eu perdi Eu soltei, eu deixei para trás Mas se eu tentar, se eu voltar Será que ainda há lugar? Eu posso retomar minha direção Depois dos portões, eu vi o erro que cometi O que conquistei posso ver escorrendo por entre minhas mãos Os muros em construção, pra mim eram proteção Busquei liberdade, encontrei o perigo Hoje eu sou solidão, hoje eu sou solidão Voltarei para casa, essa é a solução Vou andar, vou correr em sua direção Eu cansei da odisseia movida (a soberba à presunção) No instante eu avisto o pai se aproximar Já não sei se é perdão, mas preciso tentar Eu me lanço aos teus pés e começo a clamar Não sei como vou falar, não sei se vais me aceitar Pai eu me humilho, me torno teu servo, me deixa voltar Foi quando ele me alcançou, correndo me abraçou Eu já era outro, mas seu amor não mudou Me disse que perdoou, a muito me esperou Se fez meu abrigo, a todos disse, o pai: Meu filho voltou Eu não sei quão distante ou perdido estás, mas sei que ele está à te Esperar. Eu sei que mesmo que faltem forças e longe sentir O pai de amor te encontra Vida nova, enfim