Arrozeiro, arrozeiro O destino deu um coice Pra quem vivia no ouro Do arroz cortado de foice Era nós e os quero-queros Quebrando as leivas da vida O meu pai era taipeiro E eu me criei nessa lida Mas oigalê tempo maula Bagualice que se foi Aquela terra bolcada A berro e coice de boi Erguia parvas no braço Num corte de quadra e meia De noite numa bolanta Cantava pra lua cheia Eu era arisco na foice Na vista erguia um taipão Vinha cantando a cavalo Tirando água do valo Pra fazer um chimarrão Foice, foice, foice, foice, foice, Foi-se o tempo que passou Foice, foice, foice, foice, foice, Ficou a conta e a saudade me cobrou Planta, planta o ouro Dos arrozais Planta, planta o ouro Dos arrozais Planta, planta o ouro Dos arrozais... A gente quando planta Sonha demais Lavoreiro, lavoreiro Não tem chuva, não tem frio Cruzando com a pá no ombro Percorrendo o taiperio Rezando, olhando pro céu "Pai velho, manda pra baixo!" Pois não pode faltar água No arroz quebrando no cacho A colheita foi bonita O arroz está na mesa Mas o caderno de contas Vem arreglando a despesa O destino é entaipado, Chuva de pedra medonha Nem tudo que brilha é ouro Na safra que a gente sonha Eu era arisco na foice Na vista erguia um taipão Vinha cantando a cavalo Tirando água do valo Pra fazer um chimarrão Foice, foice, foice, foice, foice, Foi-se o tempo que passou Foice, foice, foice, foice, foice, Ficou a conta e a saudade me cobrou Planta, planta o ouro Dos arrozais Planta, planta o ouro Dos arrozais Planta, planta o ouro Dos arrozais... A gente quando planta Sonha demais