Boleia a perna, oh de casa e já me chego Puxo um cepo e me aconchego no galpão pra chimarrear Onde tem prosa e um ronco de cordeona Minha alma redomona de campeiro sempre está Foi dura a lida na semana que termina Que assim de relancina quase não dá pra lembrar Domei bagual e consertei todo alambrado Que um campeiro acostumado não se achica assim no más Enquanto a cuia vai e vem de mão em mão A gauchada no galpão quase não tem no que pensar Muita mentira no truco bem orelhado E um trago bueno do lado que é pra goela não secar Algum gaiteiro no galpão sempre aparece Toca até o que não conhece quando na gaita se avança A oito soco se espicha e se encolhe E nesse jogo de fole a noite vira criança De uma ovelha só sobrou meia costela Num foguito galponeiro de dar inveja em fogão E quando a barra do dia se aproxima Me despeço até a outra galponeada no rincão