Oiga-lê chinaredo fandangueiro Acolherado co's parceiros De vanera e chamamé São crinuda, são penteada na fuzarca E o chinaredo da tarca sarandeia, bate o pé Não se achicam pra xiruzada gaviona São ladina e redomona Nem a laço o taura amansa Corcoveio, gasto os pilas doutra doma O bolicheiro faz soma Dos que vão lhe enchendo a pança Corcoveio! Vim aqui pra fandangueá Sapateio! É meu jeito de dançar Neste tranco não vejo a noite passar Me boleio! Compassando o vanerão Candongueio! Co'as chinocas do rincão Este tranco vai até clareá do dia Acuierado co'as guria Que me alegra o coração Um compasso de cordeona Surungando emcambichado Conheci Neca Maria Crinuda lá do povoado Recebia a gauchada No ambinente enfumaçado Chinaredo caninana Sarandeando pros dois lados Quem por lá mete o focinho Fui aprendendo a lição Canha pura e beliscão Oiga ambiente animado Solteirão fica casado Alegrando o coração À bitoquinha e vaneirão Entra rico e sai pelado Vem cá, vem cá, aqui nós dancemo assim Vem cá, vem cá, paga uma dose pra mim Vem cá, vem cá, moço não seja ruim Vem cá, vem cá, meu dinheiro tá no fim No rebolcá duma vanera me encambicho Saracoteando num retovo à porvadeira Lasco um floreio pro recavém da morena Chapéu tropeado num jeitão bem bagacera Lenço vermelho, toalhão boca de fronha E o velho pala lembrando a cor da bandeira Bombacha buena, brim riscado, lã de oveia Faz o chinedo se enfilerá pra vanera O tranco é manco na véia moda campeira Dê-lhe cordeona, dê-lhe pata Rebolcando no galpão Dá-lhe xixo, dá-lhe gorpe Nas bordona do violão Tem fandango, tô de pronto Costurando um vanerão Chão batido é porvadeira No riscar do pé no chão Surungo é festa pra quem mora no rincão