Bombeei rente ao campo, meu pasto secando Parece que a tropa emagrece ao desenciliar O varzedo ardendo, meu gado morrendo Não sei pra que santo recorro pra vida mudar O Sol que das vezes dá brilho pra o trigo Lhe digo amigo, virou brasa, qual fogo de chão E a vida que eu tinha se esvai entre os dedos Tropando segredos do meu coração Eu sei que um gaúcho não verga a coluna E a peste se ruma ao mal diz meu viver E a párea na quincha enforcando no zelo Pedindo que um dia mais cedo ainda possa chover La pucha que sei quantos outros padecem De encher que enxurrada sofrem qual como eu Campeando a bonança da mãe natureza Guasqueando a incerteza, nem tudo perdeu Esqueci que a idade ia afundando os peçuelos Um toco de vela ao negrinho ascendi Foi cria da estância, conhece a ganância do povo daqui Sou mais que ninguém despeço um amém De pronto que a vida ainda possa mudar Pois vivo do campo e este campo negrinho, por certo teu lar