O maior porre do mundo Que tomei na minha vida Foi cachaça com pimenta No boteco da avenida Queimou a minha garganta Fiquei com a boca em ferida Chamei o Hugo na porta Vomitei toda a bebida Fui chegando no boteco De longe eu avistei A cachaça que eu tomava Na prateleira encontrei Botei um pouco no copo E o resto eu derramei Seguiu num carro de boi Um monte de garrafão E ao lado eu ia cantando Com a garrafa na mão Ao chegar no alambique Foi grande a satisfação Tomei um porre bem grande Fiquei rolando no chão Dali eu saí babando Por mão de gambá levado Não levou mais nem dois dias Tomei um pifão danado No boteco da esquina Onde estava acostumado Não deu pra parar de pé Fiquei roncando deitado Passei fome passei frio Por esse mundo perdido Tomando minhas cachaças Maltrapilha e malvestido Cheguei numa lancheira Tomei um tapa no ouvido Me botaram porta afora Só porque eu tinha bebido Eu já saí trambalhando Procurando outros parceiros Não andei nem trinta metros Caí dentro de um bueiro Numa tarde de mormaço Tava dando um chuvisqueiro E um moleque malcriado Me chamou de cachaceiro