A quietude da ronda, noite escura na coxilha E um clarão acendeu lumes no pêlo da douradilha! Uma estrela andarilha lampejou cortando o breu Percorrendo o caminho que leva aos sonhos meus O estranho lampejo veio sem assustar, só abismando Entre os mugidos do gado eu ouvi alguém falando Coisas que talvez a gente compreende quando está só Fez caravolta o clarão, deixando ao vento uma voz Como a dizer segue em frente e luta sem fraquejar! Faz da fé tua vertente e razão pra caminhar! Pensei no escuro da noite, mirando o rasgo de luz Caiu uma franja do pala, do pai eterno Jesus! Lampejo divino que diz, mas não fala! Mensagem ao vento, um sopro na alma! Visagem ou ilusão pela noite calma O clarão de luz! A franja do pala! Segui na ronda, silente, remoendo meus porquês Repassando tempo e lida, as rondas do meu viver Pensando que a vida é buena e não convém contrariar Pois os mistérios também nos dão razões pra cantar