No silêncio do ventre do tempo Zambi soprou o primeiro clarão Vibrou Kalunga e no firmamento Foi luz que acendeu a criação Riscou a dikenga no chão do destino Traçou os ciclos da vida a girar Mas a grandeza escondia um vazio Nas miudezas, infinito a revelar Chamou seus filhos, inquices de luz Na fé que conduz o povo a cantar Ô Zaze ê! Ô Zaze ah! Ô Zaze ê! Maiangolê, maiangolá No couro, ecoou a voz Aluvaiá dançou, zambi sorriu por nós Encruzas, caminhos da vida No mar travessia, um adeus no olhar Quem conheceu liberdade No congo a cada manhã Se une aos tambores de Tupã Nas macaias, nas esquinas Onde o céu é mais anil O batuque tem magia E assentou o meu Brasil O meu tambor ecoa no ar Vai ressoar na alma da gente N'goma, Ninguém vai calar O meu orgulho é ser Independente!