Sabe, amigo, às vezes a gente precisa parar E examinar A nossa bagagem De repente a gente se vê Pesado demais e é muito difícil Vira um sacrifício Seguir a viagem A gente precisa botar a sacola no chão E olhar bem tranquilo pra tudo aquilo Que tava carregando Porque se ocê segue assim sem parar E não olha pra dentro Ocê vai guardando Pesando, pesando Guardando a bagunça de algo ou alguém Que ficou para trás E não volta mais Vai virar outra coisa E que bom que as coisas vão se transformando com tempo Senão ia ser tudo tão previsível, tão chato No nosso trajeto Eu cheguei num ponto que não mais me reconhecia Os amigos qu’eu via tavam me perguntando Por que tá tão tristinho? Então percebi que chegou o momento de me dar um tempo Poder separar direitinho o joio do trigo E seguir meu caminho Isso aqui não é meu Isso aqui, também Isso aqui, pode ser Esse ressentimento perdeu validade, não carrego mais Isso aqui é meu, sim Isso aqui, talvez Isso aqui, eu não sei Tava todo empoeirado guardado no fundo, quanto tempo faz?