É a Lua cheia dos bailes Que a noite escura recorda Pleno de sons e repiques Que de tão cheio, transborda Se no salão acha espaço Vai marcando seu compasso Batido só pelas bordas Pandeiro, Lua redonda Ponteando num baile bueno Tua batida tem veneno De enfeitiçar madrugadas Pela razão do teu som Guarda teu corpo em madeira E a cadência musiqueira De alma bem compassada Teu coração que palpita Vai namorando a cordeona Morenita redomona Que noite adentro se assanha De vez em quando ela esquece Do teu amor sem razão E se entrega ao violão Que, num bordão, lhe acompanha Por isso, grita bem alto Que só te escutam na sala Tem graves na tua fala Pra acordar quem descansa Das platinas alcança Um som brilhante e preciso Que me perco num sorriso De uma morena que dança Tem mil vaneiras no couro Curtido e bem afinado Mais frouxo ou bem afinado Vai nos contando segredos Nas mãos de quem tem carrega Pede folguedo ou mais calma No entrechoque da palma E pela tocada dos dedos Pandeiro, Lua redonda Das noites de escuridão Que logo acende um clarão Por entre a luz do candeeiro Tens o querer da cordeona Pra se chegar sem permiso E firmar teu compromisso Nesses bailongos campeiros