Eu costumava ter um velho amigo Bom, tava mais pra um pai Pois guiava meus caminhos Ele sentia minha falta Se importava comigo E hoje me encontro de luto Esse amigo faleceu Assassinado por pessoas perdidas Intenções ruins Tantas palavras não ditas E se eu me dispus a contar essa história maldita É porque todos nós temos culpa nisso Inclusive eu Saí e deixei ele sozinho em casa A porta tava trancada TV ligada E eu disse: Volto já Pensei: Ninguém vai invadir na quebrada Mas o mal só quer uma brecha E foi o que aconteceu O pior é que foi um ato covarde Premeditado e brutal com requintes de crueldade Quase como se gostassem de vê-lo agoniza- Mas agora é tarde pra chorar O rap morreu [Ato. 1 - Alguém precisa fazer isso] Primeiramente, foda-se RimasBRZ, RimasDeprê, Rimas 'num sei o quê E o lixo do Rima Elevada A morte do rap fede à mídias de internet Que dão ctrl+c ctrl+v nos posts do Centro das Batalhas Hã? Só muda marca d'água De quem faz menos que nós Mas lucra com a nossa cara Praticamente só o Twolala Score Trabalha com a verdade (Números) O resto só trabalha com vaidade Ae, Davi Teu trampo é foda e influente pra porra Cê pode jogar contra ou a favor da cultura É uma questão de escolha Obrigado pelo que fez pelo Thiago Eu vejo boas intenções vindo da sua pessoa Esquece um poquin' Do Barro, do Jota, do Dudu e de mim Também tem freestyle dentro de outras bocas O melhor MC de 2027 Nem mora no sudeste Dá uma atenção pros menor que tão fora da bolha Pro Mendigo da Reação Toda batalha é roubada Se nós ganha, deu os cara Se nós perde, deu os cara Mas na rua, eu nunca vi esse mano botando a cara Se diz mendigo porque Vive de esmola e migalhas de atenção Likes e hype de uma cena doente Onde um branquelo que se chama Moreno faz react Cagando regra numa cultura a qual não pertence O quão no sense é criticar o que você não conhece Ô Batalhas MilGrau Tu tá com algum problema comigo? Cê faz a mesma careta azeda pra tudo que eu rimo Vai ter nego falando que eu tô comprando briga a toa Mas você já nos odeiam, só tô' dando motivo Não são vocês Que decidem se eu fiz um bom ano ou Se meu rendimento decresceu Todo ano é meu novo auge E quem tá falando É a única pessoa com propriedade nesse assunto Eu Diminuem artistas Nos moldam pra cabermos em listas Nos categorizam, invisibilizam melanina Minas e minas que têm melanina mais ainda Peraí, a mídia é raci- Shh E é tudo culpa daquilo Que faz cês' rejeitarem Derek e aceitarem Lino Esquecer Araps e sentir falta do Leozinho O motivo da diferença na quantidade de fã-clubes Entre o BlackPanther e o Tavinho Léo Careca é branco calvo e fez piada com crespo Entende tanto de freestyle quanto de cabelo Foi linha de frente da FMS mas Nós só respeitamos o Careca Preto (Zulu) Os meus irmão sentem medo De relatar a dor de um preto E ser taxado de MIMIMI Ou tratado com Desrespeito Isso não são farpas do Guri pras páginas de rap É um desabafo da cultura pro preconceito É muito ruim, né? Quando uma voz relevante Diminui e critica teu trampo midiaticamente Dessa maneira Então É assim que me sinto todo dia Em relação a vocês Nos últimos 3 anos da minha carreira Mas calma aí, não precisa levar a sério essa parada (Não, não, não, não) Não é possível que só eu vejo graça Vou mudar meu vulgo pra EuNãoEntendoDeBatalha Pra ter o aval de falar merda disfarçado de piada [Ato. 2 - Falsos Messias não falam por nós] Hey, Wallyson (Sim, Wallyson) A partir de agora vai ser assim que eu me refiro a você Já que tu não quer ter vínculo com o Hip-Hop Até o vulgo que o rap te deu, eu te faço devolver Teus pecados tão lá no Spotify me fala quem lucra Tenta não atrapalhar se você não nos ajuda Cê trouxe tantos vermes que gostam de música pra nossa cultura Que eu me sinto no deserto de Duna Mentiroso, manipulador e dissimulado Sustenta seu personagem com cláusulas de contrato Tirou proveito do Bask e fez o mesmo com a Norte A rua sabe, não adianta apagar meu comentário Vi prints onde você diz que Exu é do Diabo Intolerância religiosa é crime inafiançável É melhor pensarmos bem antes de processá-lo Verdade, Wallyson Escuta a voz do seu empresário Pois pra te defender Seus minions passam pano pra tudo Atacam quem te enfrenta E relativizam seus discursos Com a sua boca Você manipulou o Juniors E eles viraram seu exército De adultos burros E até se você botar um lençol branco na sua cabeça E atear fogo em pessoas que se parecem comigo Você pode ter certeza Que os comentários vão ser sobre Como o KKKrawk deve ter motivo pra isso Se toda vez que eu ganhar uma Aldeia Você tentar usar meu rosto Pra fazer manutenção da sua fama Meus parabéns por essa visão empreendedora Seu engajamento vai subir quase toda semana Esse daqui é meu round de resposta pra suas mentiras Cada um pega de um jeito Uns fazem rios, outros rimas Sabe qual a diferença entre as batalhas e Cristo? Um você demoniza O outro, você monetiza $ [Ato. 3 - Tetelestai] É que eu não sou ninguém Além de um neguin que fala frases Meio indisposto a fazer as pases Cansado de lidar com as suas fezes Levando como regra as passagens da Epístola de Efésios Mas também não sou santo, certo? Vício em pornografia Já busquei rotas de fuga no sexo E tive relações mais rasas com algumas minas Do que costumava ter com os meus antigos remédios Essa que é a real Me desculpem pelo descontrole emocional O amor é um sussurro e o ódio é gutural Lelê, me perdoe pela agressividade Não vou permitir que a competição fale mais alto Do que a necessidade de mudar esse jogo Sentir a esperança florescer de novo Novos MCs parecem com a Lindsay Lohan Ficam loucos antes mesmo de ficar famosos E a culpa é sua, minha, deles, nossa Nós que transformamos MC's em Popstars Da geração que se importa mais com as bets Do que com os beats Quando foi que normalizamos casas de aposta? Mainstream estagnado Geral só rima o mesmo Com exceção de alguns Entre os foras do eixo No backstage da aldeia eu vejo Irmão tentando fuder irmão Numa cena mais suja que incesto Underground contaminado Praticamente um espelho Menor em escala Só que muito maior em medo Artista faz panela pra prejudicar artista Numa corrida pra ver quem vira mainstream primeiro A pseudo-fã me pede foto Me oferece um beijo E jura que acompanha meu corre desde o começo Eu finjo que acredito Aceno e agradeço Enquanto ela me usa de escada pra acessar o Barreto Mas pra mídia isso é ótimo, né? Querem nossa queda E ficam só esperando um pé Eu errei quando rimei Umas merdas sobre Zumbi E até quem nunca ligou pra minhas rimas antirracistas Fez stories e podcast Não vão me derrubar com boatos Espalhando mentiras Faladores vêm e vão E eu continuo aqui ainda Eu sou dedo médio pra mídia Porque o trabalho de vocês É dar opinião e o nosso é dar perspectiva Questionam se passei fome Questionam minha fé em Cristo Vermes tão brincando com meu nome E querem que eu assista Entregue um iPhone branco Na mão de um jovem branco E pronto Aquele hater se transforma em jornalista