Lua, clareando a rua e o portão, e ele meio sem querer Olhar nos olhos da cabocla, pra lhe dizer Corre, se esconde pela plantação Menino sem o que temer, carregando o seu bodoque Pra se defender Cerca rodeando aquela terra inteira, pra acabar junto da Porteira, custava a vista alcançar Tinha um carro de boi abandonado A estrada onde passava o gado e um paiol para brincar Tempo, passando bem depressa, então E o menino a crescer, foi trabalhar lá na cidade, tentar viver Flores deixadas lá no casarão logo vieram a morrer Também foi embora a cabocla, pra não sofrer Vento embaraçando o cabelo, galopando o cavalo em pelo Até o pé de jatobá Lembro da cantoria a noite inteira, violão, viola e fogueira Estrelas para namorar Hoje me entristece o coração, pois não há nada pra se ver E a maior parte da família preferiu vender Portas, paredes caídas no chão, também não há o que fazer Só mesmo guardar a saudade, não esquecer Vento embaraçando o cabelo, galopando o cavalo em pelo Até o pé de jatobá Tinha um carro de boi abandonado A estrada onde passava o gado e um paiol para brincar