Noite feia de chuva guasqueada, mês de julho, inverno brabo Em frente ao quebra-logo relincha um potro bragado Arrasta a cola provando o buçal e o cabresto torcido Se assusta do poncho que balança por riba do basto estendido Um buenas noches é saludo pra o pulpeiro Paisano simples adentra arrastando esporas Traz as mágoas que juntou campo afora Pra relatar junto ao balcão do bolicheiro Índio pobre com as botas cano furado Melena larga e a barba por fazer Sente prazer em golpear um gole amargo Da canha braba de benzer taura judiado Entre as prosas e risadas da gauchada Se vai a noite que ainda segue chovendo O paisano sabe que é longa a estrada E da sina potreada lhe resta seguir bebendo Estiou a chuva, acerta a conta e vai embora Já está na hora que a pegada é bem cedo Acende um pito e ata a boca do bragado Já emponchado e o potro segue com medo Deu um coice e se arrastou frente ao bolicho Se assou do rabicho de se quedar esperando Mas o paisano que é dono do seu basto Fez o potro corta o rastro, e ainda largo pitando Entre as prosas e risadas da gauchada Se vai a noite que ainda segue chovendo O paisano sabe que é longa a estrada E da sina potreada lhe resta seguir bebendo Estiou a chuva, acerta a conta e vai embora Já está na hora que a pegada é bem cedo Acende um pito e ata a boca do bragado Já emponchado e o potro segue com medo