Bendita é a chuva pro campo Pra reviver as pradeiras É vida aos olhos cansados Daquele que pastoreia Verdeja a alma do pago Na trança branca da água Serenizando as angustias Enchendo bem as aguadas E o próprio campo lonqueado Agradece irreverente À sua maneira calado Rebrotando novamente Quem ama o campo que cuida Sabe a dor que se sente Pois uma seca baguala Seca até a alma da gente Eu me criei campo a fora Por isso que o amo tanto Se a estiagem matá-lo Eu morro junto com o campo Não quero outra maneira Não quero ter outro fim Uma campa de terra bruta Pra que eu renasça em capim Meus olhos se enchem d'água Ao ver o tempo fechando Pois imagino adiante Os animais engordando Dá gosto de ver o vento Uma pradeira embalando E os bichos cabeça baixa Enchendo a boca pastando A cada chuva que cai Renova a velha certeza Se o tempo ajuda o cristão Não faltara pão na mesa Bendita é a chuva pro campo Bendita chuva e assim O que faz falta pro campo Também faz pra mim Eu me criei campo a fora Por isso que o amo tanto Se a estiagem matá-lo Eu morro junto com o campo Não quero outra maneira Não quero ter outro fim Uma campa de terra bruta Pra que eu renasça em capim