Vou contar sobre um país onde o pão é contado Onde quem tem a raiz tem o fruto saqueado Onde a pólvora se faz semente nesta terra E das balas disparadas não se viu o fim da guerra Onde morre primeiro, quem nasce desgraçado Onde quem tem o dinheiro mantém o povo calado Quando o povo buscou o sol da emancipação De novo se processou o aplicativo revolução O culto ao materialismo é quilometrado 1246700km Egocentrismo perene, política agreste De Cabinda a Cunene, do mar ao leste O grito não foi ouvido, tantas vezes repetido Até hoje diz que unido o povo jamais será vencido O kuanza não tem fronteiras, e corre singular Angola avante, revolução pelo poder popular Separar o trigo do joio sem terceiras intenções As elites facilitaram as aculturações Uns lutam para defender o concidadão Outros passam o fervor do horror da exclusão Uns juram partilhar o mesmo pedaço de pão Outros comem às escondidas a medida da ambição O patriotismo come caviar e bebe champagne E despreza com certeza o funge da terra mãe Quando a história é partidária, é necessária a educação Quando a cultura é partidária, é necessária a revolução Eu canto liberdade E não há coisa mais pura do que dizer a verdade Está mesmo aqui Isso aqui a minha frente São as nuances do respeito por quem pensa diferente Amar a pátria não precisa ser comum A sensibilidade depende da educação de cada um