Fui destapar uma rosilha Que era muito veiaca Gritei pra o mano Antônio Esta louca não me escapa Já acomodei minhas garra Vou arrastar pra mangueira Me criei na lida bruta Surrando égua caborteira Trago uma veia charrua Pulsando dentro de mim Uso um sombreiro tapeado Pra mostrar de onde eu vim Sou crioulo da fronteira Índio guapo e domador Me agrada estender a potrada Ao longo do corredor Levo minha oito soco Nos tento pra algum floreio Faço verso no repete Pros bolicho onde me apeio Salto da alma a poesia Pra quem quiser me escutar E o ventena que é velhaco Comigo vai se topar Empeço a correr espora Quando to arriba do basto Deixando que esconda o toso Roçando a cara no pasto Dou lhe uma sova de relho Quebro lhe o queixo á tirão Fazendo esbarrar na grama Depois que tá redomão Oigalê te ofício macho Que me sobrou de regalo Pois aprendi a ciência Dum potro, fazer cavalo Enquanto bater cincerro Na frente de uma tropilha Vai existir um gaúcho Da pura cepa caudilha