Eu costumava estar Do lado errado das espadas Espreitava em meio as sombras À espera da guarda baixar Eu costumava usar As minhas mãos para a glória Para queimar sonhos que agora Em meus pesadelos, vem me atormentar Eu sei, eu sei O que mais tenho agora é tempo Pra reconhecer o grande peso Que carrego aqui Os golpes do machado Fazem-me voltar àquele tempo e lugar Vejo o abismo, então, se abrir pra me mostrar Que não, não estou só, não Papai você sempre foi meu farol E eu posso, sim Viver pois você morreu por mim E agora, enfim Você vive, vive em mim Mas eu sou igual os monstros Que destruíram sua vida Eu, uma alma perdida, uma casca vazia Se um dia lâminas falavam Hoje eu me calo por compaixão Onde abundou vingança que transborde o perdão Eu renasci do fogo e das águas Já não tenho mais tudo que um dia me pertenceu Tenho saudades de casa Quero acordar, quero acordar naquela terra Sem a escravidão, onde não chegou Nenhuma guerra E todos dirão as sábias palavras que escutei Amai os vossos inimigos e lhes façam o bem Longe no oeste há uma voz além do mar Que me convida a voltar Não estou só, não Papai você sempre foi Meu farol E eu posso, sim Viver pois você morreu por mim E agora, enfim Você vive Vive em mim Meu pai Você vive em mim E já não tenho mais Inimigos, eu não tenho inimigos Não tenho inimigos Eu não tenho inimigos Não mais Não tenho inimigos Eu não tenho inimigos Porque você vive em mim