Ai rapariga, rapariga, rapariga Tu só dizes disparates, disparates, disparates E tanta asneira, tanta asneira, tanta asneira Que pra tirar tanta asneira não chegam cem alicates Mas tu não sabes, tu não sabes, tu não sabes Que isso de dar um beijinho já é um costume antigo Oh quem te disse, quem te disse, quem te disse Que lá por dares um beijinho tinhas de casar comigo Oh chega cá Não vou Tu és tão linda Pois sou Dá-me um beijinho Não dou Interesseira, convencida, ignorante, foragida, sua burra És a miúda mais palerma, cameloide que eu já vi Mas por que raio é que tu queres os beijinhos só pra ti? Ora dá cá um e a seguir dá outro Depois dá mais um que só dois é pouco Ai eu gosto tanto e é tão docinho E no entretanto dá cá mais um beijinho Ai rapariga, rapariga, rapariga Dás-me cabo do miolo pra te levar com cantigas Ai mas que coisa, mas que coisa, mas que coisa Diz lá porque é que tu não és como as outras raparigas Quando eu pergunto se elas me dão um beijinho Dão-me tantos, tantos, tantos, que parecem não ter fim E tu agora estás com tanta esquisitice Que qualquer dia já queres e não sabes mais de mim Dás ou não dás? Não e não Então dou eu Oh! Isso não Dá-me um beijinho Não dou não Não dás porquê, sua esganada, egoísta, malcriada, sua parva Só se pensas que eu acaso tenho a barba mal cortada E vê lá se tens receio que a boca fique arranhada Ora dá cá um e a seguir dá outro Depois dá mais um que só dois é pouco Ai eu gosto tanto e é tão docinho E no entretanto dá cá mais um beijinho Então vá lá Já disse Eu faço força Ai que parvoíce Dá-me um beijinho Que chatice Analfabruta, pestilenta, hipocondríaca, avarenta, bexigosa Vou comprar um dicionário que só tenha nomes feios Que é pra eu tos chamar todos até tu teres os ouvidos cheios Ora dá cá um e a seguir dá outro Depois dá mais um que só dois é pouco Ai eu gosto tanto e é tão docinho E no entretanto dá cá mais um beijinho