Fui vendida ao Palácio Imperial, mas não me abalei Do distrito do prazer pra um mundo que eu nunca sonhei O palácio cheira a incenso, e há segredos no chá Anoto sintomas enquanto o tempo passa As concubinas adoecendo sem explicação E ninguém ali entendia a situação Usei o que aprendi com meu pai Revelei o veneno que mais ninguém vê A ignorância é um pecado, eu escrevi Ninguém escutava, mas eu já entendi Na corte, as intrigas dançam como o vento Cada concubina teme o próximo momento Um parto mal conduzido, um chá envenenado Ervas mal combinadas, destino alterado Não peço recompensa, só quero entender Cada dor tem origem, e eu vou reconhecer Remédios e mistérios, aprendi a entender Decifro o sintoma, sei o que fazer Não uso poder, só observação Minha arma é a dedução Lakan surgiu como sombra no corredor E algo em mim tremeu, sem saber o que causou Se é meu pai ou não, não muda quem eu sou A verdade pesa, mas não me intimidou Luomen me deu o dom de curar Entre ervas e segredos, aprendi a escutar Não preciso lutar, mas sei me impor Basta pensar, é assim que mostro meu valor Diziam ser maldição nos aposentos reais Mas era veneno, e os sinais estavam lá O espírito da Lua era só superstição E eu cheguei, trazendo a explicação Com Jinshi ao lado e um olhar atento Gaoshun por perto, discreto e prudente Mesmo disfarçado, noto o sentimento No meio da intriga e da ilusão Eu sigo firme, com a razão Remédios e mistérios, é disso que entendo Leio no corpo o que outros não veem olhando Não uso força, só observação Minha arma é o raciocínio em ação Enxergo no olhar o que as palavras negam Diante do medo, verdades entregam Entre ervas, mentiras e suspiros no ar Eu decifro o segredo que insiste em escapar Num templo de escolhas que não eram minhas Vi segredos selados entre portas antigas Percebi que o passado molda o presente E mesmo calada, sigo consciente No fim, sou só Maomao, a Apotecária Teimosa, cansada, mas sempre certeira Entre remédios, venenos e mistérios no ar Sigo em silêncio, pronta pra desvendar