Já nem conto copos e tô desatento Sinto que me julgam e não chamam de novo Vivem de aparência, pois mentiram tanto Me parece tão calmo, não entendem meu fogo Eu tô mentindo que chego cedo de novo Eu tô pensando que tô errado de novo Eu me sinto um pirraia escalando montanhas Sempre precipito e caio de novo A gente ironiza as contas e o trampo O fracasso, a aluguel, a partida do sonho Só falo pra terapeuta do que prescreve Ela anda curiosa com o que tira o sono Eu tô desesperado, num boteco desses Tô brigando comigo com quem sempre apanho Me prometo melhora e me decepciono Eu me dou desafios que eu nunca ganho Banho gelado, feijão no fogo Previsão do tempo na radiola Cerveja gelada, churrasco na brasa TV desligada, na rua tem bola Pirão no prato, no copo cachaça Cachorro do lado, ouvindo fofoca Dois dedos de prosa, Sol de fim de tarde Dissipa o alarde que havia outrora Já faz um tempo eu não me sinto só Achei poesias velhas num porta BO Já faz um tempo eu não me sinto só Achei poesias velhas num porta BO Já nem viro copos e tô mais atento Não importa o que penso, eu volto de novo Não sei o que aparenta, mas eu vivo o tanto Alívio não ter máscara presa no rosto Emergi do ventre de Deus e provo que existe Há molho Alento em seu solene e almoço Um Fugaz devaneio trouxe o que ela disse Capaz de sacudir o mundo se tentar de novo Na fúria do astro rei, é a volta de Cristo Levita sobre as poças de sangue do bairro Resgata aquela fé e transfigura o caos Sente o leme nas mãos e o brio logrado É o triunfo, a vitória o êxito almejado O resgate improvável dos sonhos furtados E se usar raptar, o brilho da minha pretinha Ponho pra ninar o berro do meu berro alado Café coado, bolo de rolo Mochila pronta, criança na escola Na rua alvoroço, vizinho vibra O rádio no jogo, no arruda tem bola Churrasco de que? Cadê meu gato? Time rebaixado, santinha tá fora Alarde na prosa, o cachorro late São tiros ou fogos que rola agora Já faz um tempo eu não me sinto só Achei poesias velhas num porta BO Já faz um tempo eu não me sinto só Achei poesias velhas num porta BO Já faz um tempo eu não me sinto só Achei poesias velhas num porta BO Já faz um tempo eu não me sinto só Achei poesias velhas num porta BO Panela de barro, lenha no fogo Oi lá vou eu, na radiola Um chão gelado, cochilo na sala Pois é seu Domingos tudo se renova Pitanga no prato, cana na lata Aconchegos e beijos, sabor carambola Previsão do tempo, proclama o sereno Apesar do mar tá quieto agora Achei poesias velhas num porta BO Poesias velhas no porta BO Achei poesias velhas num porta BO Achei poesias velhas num porta BO Achei poesias velhas num porta BO Achei poesias velhas num porta BO Achei poesias velhas num porta BO