Diante de todas as palavras que eu podia te dizer Eu preferi o meu silêncio ao encontrar você Acho que eu já entendi de onde vem A minha solidão Em meio a tanta coisa que eu tinha pra fazer Me deixei porque eu queria te encontrar Numa cidade como essa, você sabe A gente se perde devagar E é tão depressa, o vagão passa e leva a vida Some no horizonte do quintal Mal pude terminar a primeira frase do cartão Me perdi entre as pessoas que vinham na contramão Elas buscavam alívio Num passeio casual Ah! Eu queria te abraçar Queria ser o seu amigo Queria ser o seu irmão Queria ser o seu marido Ah! Eu queria ter você Vestida em flores e um buquê O de propósito e o sem-querer O casalzinho mais clichê E dentre todas as canções que eu podia escrever Eu preferi o meu silêncio diante de você E não é não Não é que eu não tenha nada para falar E naquela estação de trem As pessoas indo e vindo, a gente indo embora Longe de mãos dadas Duas crianças rumo ao fim da estrada E é tão depressa, o vagão passa e leva a vida Some no horizonte do quintal Um dia a gente volta pra casa Quem sabe a gente volta pro mesmo lugar Mas por hora eu quero ser só sua melhor memória Eu quero ser seu par Veja como a vida é algo especial Ela me colocou ali contigo No último trem da central Eu que era só um desconhecido Agora sou mais que o sonho Do menino tocando um violão E ele não se sente mais aquela solidão Eu só queria alguém para comentar a melhor música Que eu jamais escreveria porque O amor tem tantas traduções e eu sou apenas um compositor Veja o quanto eu improviso Diante do que podia ser minha melhor canção Mas eu prefiro ter o seu sorriso A ganhar a multidão E é tão depressa, o vagão passa e leva a vida Some no horizonte do quintal