Querido desconhecido que trago no peito Escrevo-lhe estas linhas, talvez sem direito Uma carta aberta, um coração deserto Sobre um amor tão perto, mas por dentro, tão incerto Era uma vez um garoto, com sonhos em tecido De um amor colorido, em segredo mantido Com a coragem de um leão, mas o medo de ser ferido Revelou seu coração, mas não foi correspondido Ah, a dor da rejeição, como ácido a corroer Na alma, um vazio, difícil de entender Esse garoto sou eu, perdido no meu ser Com um ódio que cresceu, sem saber como conter A raiva, como fogo, queima o que encontra Não escolhe, não perdoa, dentro de mim se esconde Era amor, agora dor, nesse ciclo que me ronda Nessa carta, desabafo, na esperança de uma ponte Não de amor, mas de paz, um caminho a seguir Para esse ódio, enfim, conseguir extinguir Amar e não ser amado, uma lição a aprender Que nem todo amor vivido, é um amor a se viver A você, que foi o motivo dessa dor sem razão Não guardo rancor, apenas a decepção Que essa carta seja alívio, para o meu coração Na busca de um novo ritmo, uma nova canção Assim me despeço, com palavras de um jovem sofredor Que aprendeu a dura lição do que é o amor Que esse ódio se dissolva, no tempo, por favor E que reste apenas memória, sem qualquer rancor Com sinceridade, de alguém que aprendeu a perder Esperando que, um dia, possa novamente crer Nesse jogo da vida, onde todos têm de entender Que amar é também deixar ir, para se permitir renascer