Hoje é o dia
Eu quase posso tocar o silêncio
A casa vazia
E só as coisas que você não quis

Me fazem companhia
Eu fico à vontade com a sua ausência
Eu já me acostumei a esquecer

Tudo que vai
Deixa o gosto, deixa as fotos
Quanto tempo faz?
Deixa os dedos, deixa memória
Eu nem me lembro

Salas e quartos
Somem sem deixar vestígios
Seu rosto em pedaços
Misturado com o que não sobrou
Do que eu sentia
Eu lembro dos filmes que eu nunca vi
Passando sem parar em algum lugar

Tudo que vai
Deixa o gosto, deixa as fotos
Quanto tempo faz?
Deixa os dedos, deixa memória
Eu nem me lembro ma-, eu nem me lembro ma-
Eu nem me lembro mais

Todos os dias quando acordo, diz!
Não tenho mais o tempo que passou
Mas tenho muito tempo
Temos todo o tempo do mundo

Todos os dias antes de dormir
Lembro esqueço como foi o dia
Sempre em frente
Não temos tempo a perder
Nosso suor sagrado
É bem mais belo que esse sangue amargo
E tão sério
E selvagem, selvagem, selvagem

Veja o sol dessa manhã tão cinza
A tempestade que chega
É da cor dos teus olhos, solta a voz, Rio Preto, vai
Castanhos, solta a voz, com o coração (diz, diz)
Então me abraça forte
Me diz mais uma vez que já estamos
Distantes de tudo
Temos nosso próprio tempo
Temos nosso próprio tempo

Não tenho medo do escuro
Mas deixe as luzes (acesas)
Solta a voz, canta, aê
Agora (solta a voz, Rio Preto, diz aí!)
E o que foi escondido, é o que se escondeu
E o que foi prometido, ninguém prometeu
Nem foi tempo perdido, somos tão jovens
Tão Jovens, tão Jovens
Somos tão jovens!
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