Correntes já não se arrastam mais Só a lembrança permanece aqui Será realidade ou ilusão A liberdade para os filhos de zumbi Com o destino então traçado Seu direito aprisionado, na escravidão Produto no negro mercado Grito que sofre calado, pelo irmão Um oceano cruzou No novo mundo chegou No peito apenas saudades, restou Daquela terra que ergueu com braço forte Mesmo entregue a própria sorte Tem batuque no terreiro, a noite inteira Quilombola dança o jongo e capoeira O culto aos santos, meu sinhô não quer No sincretismo devoção da fé Sementes deixadas aqui nesse chão Heranças da negra nação Bota tempero Sinto o som a ecoar Tambores a ressoar, saravá Na umbanda e no candomblé Me alimento de fé, carregado de axé Brilhou a luz, da esperança em cada canto A negra cor reflete no meu manto Cicatrizando no futuro as feridas Apagando as mazelas da vida A marca da pele, não marca a alma O colo da negra mãe, acalma Sou villa rica eu sou, africanidade Ecoa o meu atabaque