Ah As faíscas do asfalto na alma inflamável E as lâminas das línguas no meu ouvido O desejo sufocado de tornar-se impermeável E o corpo submerso, conteúdo radioativo O meu coração se encontra sempre acelerado Mas o corpo lento lhe parece inofensivo Com a fala doce e o andar descompassado Ela é ogiva no oceano dos sentidos Vem um tic tac, um evento inesperado Outro tic tac, um zumbido no ouvido Tudo que é sólido se desmancha no seu lado Tudo em sua vista de repente vira líquido Vira líquido A água escorre e o tempo para E o tempo para e ela se refaz