Vento antigo sopra, réquiem lento Palmas no asfalto úmido, lamento Rostos marcados, aço retorcido No peito jazz, lembrança insistente Cativeiro: Linha partida No amanhã sem previsão de amar Ouço palmares, raízes vivas Invento rima, furo marasmo no olhar Lágrima de mãe, quantos séculos? Pele negra posta no trilho, açoitado chão Meu sangue pulsa escrito em cartas sem resgate Novo quilombo se traça em dados, mão atrás da mão Meu quilombo é digital Mas a luta é real Herança em meu sinal Forte igual ao ancestral Meu quilombo é digital Mas a luta é real Tela azul, todo dia Nota fiscal também pesa na mão Dedo nervoso, click dispara Pele preta, alvo: Confirmação Corpos somem na estatística Muda a algema, não muda prisão Vozes gravadas, eco, ritmos rústicos Renascimento em conexão Fuga nunca foi recuo Sou tambor, sou arrastado, mas passo fundo Meu quilombo é digital Mas a luta é real Herança em meu sinal Forte igual ao ancestral Meu quilombo é digital Mas a luta é real Clave em código binário Grito ancestral logado no peito Ergo muralha virtual Semear respeito A saga é viva, aqui se retrata Novo capítulo assina: Ninguém apaga Meu quilombo é digital Mas a luta é real Herança em meu sinal Forte igual ao ancestral Meu quilombo é digital Mas a luta é real