Cobra quando é venenosa Tá no meio da taboa Se alguém mexe com ela Podes crê que não recoa Quando ela prepara o bote Quem é brabo até amoa A morena mais bonita É da terra da garoa O veneno dos seus beijos Quem provar sai rindo à toa No cabo do guatambu Que a ferramenta fica boca É no repique da viola Que dois peito bão entoa E na rede mais macia Que a minha mente avoa Procuro amizade certa Onde estou tem gente boa Assim é a vida no campo Porque ninguém se mago De manhã cedo lá em casa Tem café e pão de broa Feito no forno de lenha Pra comer e não enjoa A massa sai bem dourada Por dentro ela não encroa Por isso que eu agradeço Pois quem fez foi a patroa À tarde eu agrado ela Pra passear de canoa O cantar das araponga Lá no alto se ecoa Igual o sino da matriz Vou encostando a canoa Escuto o bater das asas Das garças que logo avoa Na certa foi avisar As aves de outra lagoa É o nosso Brasil caboclo Reinando em sua coroa