Chove chuva, garoa limpa Não pare agora, garoa fina As estradas de nossas vidas Nos arremessam de lá de cima pra escuridão sempre fria Nem florida, nem ilhas malvinas De que adianta raiar o dia Se é impossível viver a vida? Entre ruas e avenidas Os carros passam na despedida Esquecendo como era linda Tua face em fantasias Não esqueça do que sentia Quando via isso e sorria Pois, talvez, lembranças de um dia Sejam suas únicas amigas Não vá embora, querida Não perca a hora da partida Fique mais um pouco sozinha Se levaram a casa que era sua Destruindo a garoa que caia Vem a tempestade maldita Que pior hora seria Ter que nascer hoje em dia Saia de cabeça erguida Saia de onde sempre se escondia Do pilar que se desprendia Dos alicerces na hora da saída Longe do fim, quem diria? A tempestade ainda caia Martelando sempre em cima Agora vive sem medo da vida Não vou parar De lutar!