Carnaval acabou
Cores descem pelo ralo
Cinzas se espalham pelo resto do ano

Guarde os desejos na gaveta
Vamos às tarefas intermináveis
Hora de vestir sua fantasia todo dia
E usar a sua máscara social

Se arrancar de si
Pra máscara caber melhor
Se encaixar no molde
Pra evitar a dor

Os cachorrões precisam de seus domesticados
Pra manterem o luxo dos seus palácios
Os cachorrões convencem os seus domesticados
De que a vida se resume aos seus cubículos

Suas rações
Decorações
Infinidade de supérfluos

Os cachorrões jogam o osso
Fecham a jaula
Sussurram sorrindo
Que lá fora mora o perigo

E mais uma vez você se tranca
No território de sua segurança
Assiste mais do que vive
E só deseja também ser assistido

Não importa o que vai ser dito
Nem conteúdo nem forma
Palavras soltas
Ocas
Descartáveis
A se debater

Será que o ato de pensar
Não vai entrar no nosso currículo?
Será que a humanidade quer pastar
Ou desbravar novos caminhos?

Só lixo sonoro
Pairando entre mentes
Em formas gasguitas
Rebolam nos inconscientes

E o lixo sonoro
Cuspido nesse ambiente
Em forma de gritos
Das bocas da TV
Aos pratos

Mais uma vez você se cala
E se entope de desgraça
Que só engole com cachaça

Será que o ato de pensar
Não vai entrar no nosso currículo?
Será que a humanidade quer pastar
Ou desbravar novos caminhos?

O costume de parasitar
É um consolo por ser parasitado
A vontade de domesticar
Vem do costume de ser domesticado

Seu capacho mora ao lado
Muito cuidado
Com o carrasco que existe em você
Ele pode te pegar

Experimente saltar pro outro lado
Pra ver o que você faria
Com o você do outro dia
Experimente emergir
Do próprio umbigo
Pra ver o que você veria

Será que o ato de pensar
Não vai entrar no nosso currículo?
Será que a humanidade quer pastar
Ou desbravar novos caminhos?
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