No ventre escuro, onde a luz não alcança Correm rios invisíveis, veias do cimento Artérias em fogo, veem a vida em dança Sangue que é chama, retém o pensamento Pulsa em mim o mundo em veias entrelaçadas Caminhos secretos, mapas do desejo Vazios e cheios, de dores entrelaçadas O fluxo que sustém o ser, o medo e o beijo Artérias são versos que a alma entoa Poemas vermelhos, sangue do meu mundo Vivo no turbilhão deste sangue que arde Renovam destinos no âmago em cada pulsar, um grito mudo ecoa Faísca de vida no silêncio profundo Quem sou senão este fluxo imortal Entre luz e sombra, vida e ausência? Crueldade e paixão em ritmo voraz Artérias: Ferida e beijo fatal O sangue que carrego é a própria essência Traço minha alma em dança final