Na boca da noite, meu pingo encilhado Me olha entonado rodeando o palanque O mês inteirinho lidando na estância O clamor desta ânsia, não há quem estanque Bombacha novinha, comprei no bolicho E dê-lhe capricho num banho de sanga Sorriso na cara que as mágoas espanta Me vou pra bailanta campeando uma tianga E dê-lhe que dê-lhe, à trote e galope Meu pingo estradeiro conhece esse taita E na ânsia de baile, de China e alvoroço Parece que ouço resmungo de gaita Na volta do cerro, na beira do passo Escuto o compasso de gaita e pandeiro Me apeio na frente do rancho barreado E não fico assustado do olhar do potreiro Já parto, já entro e me vou lá pra copa Meus olhos se topa' no olhar da morena Eu penso comigo: É essa que aperto E a noite, por certo, vai ser bem pequena E dê-lhe que dê-lhe, à trote e galope Meu pingo estradeiro conhece esse taita E na ânsia de baile, de China e alvoroço Parece que ouço um resmungo de gaita O Sol vem olhar pelos furos da quincha Meu pingo relincha esperando por mim Mas eu não me solto da mão da morena E o baile, que pena, chegando no fim Mas levo a esperança gravada no rosto O velho faz gosto e mandou convidar Pra outro domingo firmar compromisso Pois vai dar permisso pra nós namorar E dê-lhe que dê-lhe, à trote e galope Meu pingo estradeiro conhece esse taita Voltando cansado de baile e alvoroço Parece que ouço um resmungo de gaita E dê-lhe que dê-lhe, à trote e galope Meu pingo estradeiro conhece esse taita Voltando cansado de baile e alvoroço Parece que ouço um resmungo de gaita