Lá vai o menino pelo carreador, levando a merenda que a mãe preparou Pra quem tá na lida, lá no cafezal Comida bem simples, mas com seu valor, leva no tempero o mais puro amor Que agora perfuma dentro do embornal Outra vez eu sonhando, que saudade meu Deus! Vendo tudo de novo, o menino era eu Leva com cuidado e sem brincadeira, farofa, quiabo, arroz, macaxeira Apertando o passo pra não atrasar Estão na espera seu pai e irmãos que sob o Sol quente capinam o chão Fazendo na enxada o pó levantar Outra vez eu sonhando, que saudade meu Deus! Vendo tudo de novo, o menino era eu Já perto do eito escuta cantar, irmãos em dueto, sem desafinar Trabalham cantando, sempre foi assim Enquanto o pai preparara um palheiro, com fumo de corda espalhando o cheiro Que o vento carrega pelo céu sem fim Outra vez eu sonhando, que saudade meu Deus! Vendo tudo de novo, o menino era eu Depois sob a sombra de um ingazeiro, antes de comer agradecem primeiro O velho ensinou aos filhos também Tarefa cumprida, o menino já vai, mas antes recebe um afago do pai Que diz: Vai com Deus! E ouve um amém! Outra vez eu sonhando, que saudade meu Deus! Vendo tudo de novo, o menino era eu