Não é que eu goste de enguiço, mas faço grande reboliço Se alguém zomba do jeito que sou Jeito chucro, eu sei é verdade, carrego esta rusticidade Aos lugares para onde vou Eu não vejo nada diferente, sou caboclo do mato, sou gente Que conhece a felicidade Desfilar roupas finas pra quê? Se quem veste o meu jeito de ser É a pureza da simplicidade Vez em quando eu vou a cidade matar um pouco da saudade Dos amigos que tenho por lá No armazém de secos e molhados fico então proseando um bocado Que nem vejo o tempo passar Depois pego o caminho da roça, meu cavalo puxando a carroça Pela estrada antiga de chão Levo balas para a molecada e um presente para a minha amada Que é dona do meu coração Só quem mora aqui, pode entender É assim sem luxo, que é bom viver Pisar no orvalho ao anoitecer Só quem vive aqui sabe que assim Que é bom viver! Aos domingos, juntos na capela, eu, as crianças e ela Sempre temos que agradecer Pela vida, aqui sempre mansa, pelo fruto de nossa esperança Semeada em cada amanhecer