Eu entendo e não fiquei magoado, quando um amigo veio pra me perguntar, Porque não vendo meu pedacinho de terra, se não espero muito lucro do lugar, E no momento que me fez esta pergunta o meu desejo foi apenas lhe explicar, Eu sei que ele não entende o sentimento e os motivos que me prendem ao lugar Daquela terra que já foi nossa fazenda um dos pedaços que ainda resta é o meu, Tendo passado por muita dificuldade a grande parte o meu velho pai perdeu, E por no banco ele ter financiado todo cerrado me lembro que ele vendeu, E a imagem que retrata estas pastagens é a verdade que entristece o peito meu Por tantas vezes à cavalo com meu pai, no seu tordilho e eu montado no alazão, A nossa tralha de arreio pobrezinha lembro que a minha nem estribo tinha não, A estradinha onde a gente cavalgava em poucos pontos nos mostrava o ribeirão E hoje em dia foram tantas derrubadas que em suas margens já existe a erosão Margem da pedra onde fiz minha morada, lá na beirada onde deságua a solidão, A correnteza leva junto minha mágoa que vai rodando misturada com a paixão, Eu sou um rei e aqui me sinto coroado, não tem dinheiro que me ofereçam não, Pois não importo se a minha terra é fraca, ela é o reino que me dá satisfação!!