Meu nome é Osório Mendes Não fui ninguém de importância A espera pode ser boa Quando se aguarda a carreira Pronto com mate ou guitarra Mas não a morte certeira Que é do tempo nos consome Um dia se vai a vida Mas vi no espelhos das pedras A cara das despedidas Meu nome é Osório Mendes Não fui ninguém, só um homem Trezentas mortes sem rosto Que contem menos ou mais Por mim só digo que sangue Mesmo em poucos é demais Há quem chaira as mãos da morte Eram cruz de ida e de volta No grito corpo se quebra No tombo a alma se solta Meu nome é Osório Mendes Não fui ninguém de importância O sangue e a dor engolida E em nosso lombo tal o joelho De um ladrão de face e fome Nos descande em seu vermelho Meu nome é Osório Mendes Não fui ninguém de importância Não me procure na história Fui reles peão de estância Mas ergui a fronte ao negro Guerreia um riso valente Brota um rubro em minha boca E o corpo esfriando quente Na hora gris da sangria Muita coragem se some Mas eu me fui sem dar grito Osório Mendes, meu nome