Deste ponto onde me encontro O meu mundo é o meu espaço Verticais cilindros e negros Me cerceiam como laços Desta cela onde me acho Meu espaço é só limites Os verbos da vida livre Aqui não há quem recite E além do espaço pouco Meus limites são imensos Entre esperas que não findam A minha vida repenso Nem a morte ao chegar perto Nem a dor mais lancinante Tem mais rigores que as dores Que hoje em mim são constantes Ao meu redor busco um meio Que a liberdade resgate Forjaram estas paredes Meu exílio dos combates E em minhas rédeas do tempo No potro lerdo dos dias Domam horas e ainda levam E amenizam rebeldias E mansamente despejam A dor mais dura e mais lenta E em nada existe sentido Se a liberdade se ausenta