A semana que se foi Me deixou a impressão Que o tempo ao meu redor De tão velho já cansou (A saudade que me pôs Os relógios lentos Intervala sempre o nosso encontro) A galope, meu cavalo Voejando no caminho Me transporta em seu bailado Parecendo, sem saber Recriar de cada vez Num impulso breve Quatro timbres surdos de tambores Ah, coração, hoje o tempo em mim Desgovernado se fez assim Quando te encontro, morre em seguida Quando retorno, perde as medidas Mas cada dia mais renitente Vem a certeza que de repente Eu vou quebrar o pêndulo Do nosso amor de sábados E transmudar os sábados Do nosso amor tão pêndulo A distância, tão presente Se apequena ou se desfaz Sempre quando num segundo Fecho os olhos sem querer E adivinho minhas mãos Em lugar das rédeas A ganhar as formas do teu corpo Quando volto, vem comigo O sorriso quase morto Dos abanos da porteira Tatuando meu olhar No regresso flui em mim Um silêncio grande E o gosto rubro do teu beijo