Margarida, flor da tarde Vento dança nos teus pés Traz um cheiro de saudade E um veneno doce e réu Teu olhar corta caminhos Feito faca de ilusão São dois olhos assassinos Na mira do coração Margarida, luz do dia Seu olhar é matutino e O teu riso é poesia Nos varais do meu quintal Teu silêncio é de menina Mas teus passos são de fel Tens o jeito de onça menina Ô, Margarida, não se vai Sem deixar teu cheiro aqui Teu perfume me atrai Como o canto do bem-te-vi Margarida, és verão Nas veredas do meu ser Seu olhar é o botão Que faz meu mundo florescer E eu que fui passar em branco Agora sou teu papel Escreve em mim teus encantos No teu tom de carrossel Ô, Margarida, não se vai Sem deixar teu cheiro aqui Teu perfume me atrai Como o canto do bem-te-vi Margarida, meu dilema Teu amor é meu poema Sem seu amor, tudo me condena