Ó, bela princesa Em sua torre, está presa? Esperando salvação Dos monstros que te assombram Olho para mim mesmo E vejo a face do medo A punição que eu mereço É ser o meu próprio desespero Eu me odeio como odeio O meu corpo impuro, os meus pesadelos O meu sorriso falso, despedaça inteiro Remova essas manchas tintadas em vermelho Posso te admirar? Mesmo que não me aceite assim Não merece estar ao lado de ti Quem amaria alguém que é tão ruim? É como olhar no espelho E perceber que não é a mesma De antes, distante As flores murcham, e nada sobra Só essa dor que me sufoca Que me sufoca E que sufoca Sei que é um pedido Que é tão egoísta Mas tudo que eu queria Era que pudesse me amar Eu queria te proteger Te afastar de todo mal mesmo que vá doer Perder a sua perna ou um braço Talvez eu faria (não lutar, mas é parar de sofrer) E é melhor viver num conto de fadas Mesmo que esses monstros que São mais humanos que homens E tudo isso no fim é um sonho Soa tão familiar Eu ser uma marionete As correntes prendam-a E enlouqueçam minha mente Me façam contrariar Essa vida de princesa Que queria eu vivenciar E me desvencilhar da bruxa Que faz o meu sangue chorar O meu sangue clamar O meu sangue chorar O meu sangue clamar Com a morte, eu danço ao lado Isso não soa errado Se tudo que o meu peito pede É para que essa dor se cesse É como olhar no espelho E perceber que não é o mesmo De antes, antes, antes Tão distante As flores murcham E nada sobra Só essa dor que por dentro me sufoca É como olhar no espelho E perceber que não é a mesma De antes, distante As flores murcham, e nada sobra Só essa dor que me sufoca Que me sufoca E que sufoca