Amanheceu a querência Num silêncio absoluto E o rincão veste luto Por respeito ao domador O picaço se perdeu E o poliango vinha no laço Três negros no mesmo espaço E a negra morte acampou Se quedou numa rodada Dessas que a lida atropela Ao tranco varou a cancela E da vida se apeiou Três negros no mesmo espaço E a negra morte acampou Quem visse o negro domando Lidando com corda e potro Um xucro domando outro Dois touros num só rodeio Repassou ensinamentos Desde o cabresto ao bocal Envidado nos recaus Mestre na lida do freio Quando tiro a passarinha De um potro que aceita o freio E cruzo rangindo arreio Donde plantaram tua cruz Vejo o pago que traduz A tua história contada Na boca da cavalhada Pelos mansos da minha pampa Feito um quadro que se estampa O picaço das encilha Segue adornando as flexilhas Pastando em volta da campa Na boca da cavalhada Pelos mansos da minha pampa Cada um tem sua sina Carrego a de cantador A tua de domador Transcreveu para as barbelas A minha eu trago na goela Que a terra lhe seja leve Nessas horas se percebe Cantando as coisas da lida Que o que se leva da vida É as coisas que a gente escreve