Tua esmola me consola Talvez eu não morra de frio nem de fome Qualquer coisa a gente come Mesmo que seja o resto da lata do lixo Onde eu estava procurando Os meus direitos e minha dignidade Obrigado pelo pão e pelo papelão pra dormir Obrigado por nada Obrigado por nada Obrigado por nada Obrigado por nada Obrigado por nada Obrigado por nada O teu lixo é o meu luxo E a prova da minha vida de exclusão Nessas ruas onde luto para viver sem perder a razão Sem esquecer a minha luta Desculpe por não ter virado uma puta Que rebola, pula e grita Quando você manda e solicita Obrigado por nada Obrigado por nada Obrigado por nada Obrigado por nada Obrigado por nada Obrigado por nada Obrigado pela caridade Em troca de publicidade Obrigado por fingir que eu existo Mesmo que seja pra você lucrar com isso Obrigado por falar meu nome sem me conhecer Obrigado pela falta de perspectiva Obrigado por depender de você Obrigado por nada Talvez eu não morra de frio nem de fome Qualquer coisa a gente come Mesmo que seja o resto da lata do lixo Onde eu estava procurando Os meus direitos e minha dignidade Obrigado pelo pão e pelo papelão pra dormir Obrigado por nada Obrigado por nada Obrigado por nada Obrigado por nada Obrigado por nada Obrigado por nada Obrigado por nada Obrigado por nada Obrigado por nada Obrigado por nada Obrigado por nada Obrigado por nada