Obra minha, criatura, filho meu Criador de ti fui eu, tu saíste da Guernica Na igrejinha por que tu crias no breu? Tens vergonha da tua face, nesta vila que é mui rica Sim eu sou a expressão do teu trabalho Dentro da noite me calo, sou cubismo no barroco Por alcunha me chamam Aleijadinho Armado com meu cinzel vou à forra, dou o troco Vi profetas retorcidos como em lutas A revolta nas volutas, nos retábulos poesia Nesta estética expressiva e absoluta Conseguiste a tua forra, tu és mestre em demasia Bem sei eu que tu vens de Andaluzia Azul, rosa e em geometria a obra é descomunal Nas viagens pela Espanha o gênio cria Pablo somos o contraste, o conflito surreal To gostando dessa prosa nas Gerais Em tempos coloniais, rococó com cafezinho Entre churros, bolos, pães e outros mais Ofereço meu cubismo pra adoçar o seu chazinho Num tempero luso, hispano-americano Ao sabor mediterrâneo junto notas tropicais Na panela o sagrado e o profano A mistura só deu liga, por que somos imortais