Rezo a prece inaugural Do payador das missões Que amanheceu nos fogões Sobre um couro de bagual Enquanto ouvia um sorçal Floreando um hino de guerra Na melodia que encerra A origem dos instrumentos E o Tupã, senhor dos ventos Benzia os cantos da terra De onde venho? Pra onde vou? O que não sabe, adivinha Venho de riba da linha Lá, onde a pátria se gerou O rio Uruguai berrou E fez que a terra se abrisse E dali, o guasca surgisse Sobre o lombo do cavalo Volteando a história de um pialo Pra que o gaúcho existisse Morri, mas ressuscitei Das cinzas da minha fé O sangue de São Sepé Me fez santo, eu me fiz rei Gaucho me transformei Num barbaresco improviso E, ali no chão impreciso De parceria com o vento Sou hoje, o prolongamento Do chão sagrado onde piso