Quando anoitece lá fora, me bate a lembrança Da fazenda onde morávamos quando criança La não existia nada em tecnologia Nem a energia elétrica não existia A luz que era de lampião não clareava nada Meio no escuro tudo se encontrava Quando pegar algo a gente precisava O banho que era em bacia de água esquentada Em fogão a lenha a machado cortada Que a gente lá no matagal buscava Aos domingos bem cedinho tratava do gado Depois íamos à igreja como de costume Logo ao voltar pra casa almoço caseiro Onde tudo era plantado e colhido ali mesmo E a tardinha saia para o picadeiro Jogar bola e subir desfiladeiros Brincar de canoa destas de coqueiro Depois mais tarde tomava um banho no riacho Onde a gente pescava peixes com balaio Para relaxar e tirar o cansaço Hoje voltando pra terra onde eu vivia Tudo esta diferente de noite e de dia O progresso la levou a eletricidade E a noite e tão clara quanto na cidade Aquele riacho claro hoje e poluído O anoitecer por la não tem sentido Não se nota mais o brilho do luar O tempo passou depressa que eu nem percebi Longe da minha terra eu envelheci E a velha fazenda não existe mais