É cada vez maior o número de mortos pela polícia O estado que lidera o ranking do anuário Fica no norte, a polícia sendo instrumento De um estado e sociedade que prende pobres Nós prendemos o jovem com baixa escolaridade Pardo e morador da periferia É esse o perfil do preso brasileiro Não é lugar comum, são números Ainda que eu ande pelo vale da sombra e da morte Não temerei, pois o Senhor há de me guardar Debaixo de tuas asas me protege, me cobre Da polícia e de todo inimigo que querem me parar Meu Deus obrigado, por eu ter chegado em casa E poder ter me livrado das almas sebosas Se eles me pegam, me matam Troca de tiro forjado, jornal vai me julgar culpado Só minha mãe é que vai chorar Te agradeço Senhor, por ter me guardado Posso ser condenado por homens Mas só por ti serei julgado O que é certo ou errado, o governo tem ditado Mas de uma coisa eu sei, todo mundo tem pecado Mas cara eu vou cair, esse mundo de hipocrisia A bandidagem começa pelas secretarias Deputada rouba, segue foragida Crianças nos hospitais, morrem todo dia Desemprego, cidade perdida Corrupção venceu, jovens a expectativa, pro crime perdeu Matança coletiva, sangue escorreu E quem é mais bandido? O estado ou eu? Eu sigo em frente, vou na minha caminhada Quantos irmãos se foram, quantas mães desesperadas A minha gente aprendeu a sofrer calada Morre pobre todo dia, na guerra não declarada Eu sigo em frente, vou na minha caminhada Quantos irmãos se foram, quantas mães desesperadas A minha gente aprendeu a sofrer calada Morre pobre todo dia, na guerra não declarada Essa jovem é irmã de uma vítima da polícia Que mais mata no Brasil, eles chegaram e matando Quem vive no Amapá tem quase quatro vezes mais chances De ser morto pela polícia do que no resto do país A taxa de mortes em ações policiais no Amapá Foi de sete ponto cinco no ano passado Isso quer dizer que a cada cem mil habitantes Sete ponto cinco morreram nas mãos da polícia A média nacional é de dois casos a cada cem mil Eu sigo em frente, vou na minha caminhada Quantos irmãos se foram, quantas mães desesperadas A minha gente aprendeu a sofrer calada Morre pobre todo dia, na guerra não declarada Eu sigo em frente, vou na minha caminhada Quantos irmãos se foram, quantas mães desesperadas A minha gente aprendeu a sofrer calada Morre pobre todo dia, na guerra não declarada Eu sigo em frente, vou na minha caminhada Quantos irmãos se foram, quantas mães desesperadas A minha gente aprendeu a sofrer calada Morre pobre todo dia, na guerra não declarada