Avisa Que vão vir dias melhores Que tudo tem motivo E nada é em vão Posso ser um ser pequeno Em meio a essa multidão (dão-dão-dão-dão) Que vão vir dias melhores Que tudo tem motivo E nada é em vão (seu chapa) Posso ser um ser pequeno Em meio a essa multidão (aham) (dão-dão-dão-dão) Manhã daquelas Quando nem o café desperta Pedi uma fé em reza E um coração resta em arritmia Logo eu que sou ritimista E nunca fui vitimista Perdi o ritmo O dia nasceu ríspido E nada fez sentido Olhando 'pra tudo tipo: Pra onde esses carros correm? Ouvindo mentiras no rádio Jovens com ideias velhas O que tanto os caminhões levam? São castelos de areia 'pra milhões E fizeram construções sem nada de concreto Seu projeto são projéteis Em um mundo tão desigual, tudo em vão A gente vive mal Depressão real e a satisfação digital A derrota é coletiva E a vitória é sempre individual Em condomínios, grades de segurança virtual, pseudoliberdade Mas eu vou pôr a minha alfaiataria de cria E minha sabedoria afiada igual uma navalha De malandro velho que me inspira Na bohemia e na batalha Avisa aí que o nosso bonde vai 'pra rua, sim (bora, meu 'cumpadi) Avisa Que vão vir dias melhores Que tudo tem motivo E nada é em vão Posso ser um ser pequeno Em meio a essa multidão (dão-dão-dão-dão) Que vão vir dias melhores Que tudo tem motivo E nada é em vão Posso ser um ser pequeno Em meio a essa multidão (dão-dão-dão-dão)