E A E A
Andei errando as pedras do rio que não era meu destino cruzar
E A E A
E aceitando a direção de qualquer vento sem saber direito onde chegar
B A
Mas vamos encarar os fatos, suas roupas não me vestem mais
E
Além do mais, depois de todo esse tempo eu descobri
B A B A E
Nem todo o seu dinheiro lhe dá o direito de ser mais homem que eu
C#m E A E
Meu pai costumava me falar que havia um mundo inteiro pra brincar
D A
Mas hoje o meu filho cresce preso e amarrado
E
Em caixas de concreto, em caixas de fumaça
G A D G D G A
Meu avô contava histórias legais sobre as velhas Gerais
G A D G D G A
E ainda hoje algumas dessas velhas histórias não me deixam dormir
D G
Mas que bobagem, são só velhas memórias
D G
São lembranças da minha própria história
C G D
Do tempo em que os meus passos eram incertos e ainda mal marcavam o chão
E A E A
Quando criança eu tive medo e aversão a todo tipo de maldade
E A E A
E coleções de armas de brinquedo que matam de verdade
B A E
Eu tive dúvidas sobre Deus porque sempre me disseram que era só amor
B A B A E
Anoiteceu e me entregaram essa estranha justiça divina injusta demais
C#m E A E
Eu não entendo perfeição que precise de uma empresa pra vender seu nome e sua voz
D A
É, talvez eu seja mesmo burro demais
E
É, talvez o mundo seja um pouco demais
G A D G D G A
Meu avô contava histórias legais sobre as velhas Gerais
G A D G D G A
E ainda hoje aqueles velhos olhos cansados me contam silêncios pra que eu possa dormir
D G
Mas que bobagem, são só velhas memórias
D G
São lembranças da minha própria história
C G D
Do tempo em que os meus passos não eram certos, mas sabiam a direção
E A E A
E ainda tem um velho perto das encostas da arrebentação
E A E A
E as crianças às vezes se reúnem ao seu redor pra ouvir suas velhas histórias
B A E
E a que eu mais gosto é sobre um velho tubarão que um dia levou sua mão
B A B A E
Mão que ele quis vingar mas depois de tanto tempo o velho perdoou o tubarão
(G D E)
O que eu sonho e tudo que eu temo, o que eu invento e tudo que eu mais prezo
O que eu aceito e tudo o que eu quero, o que eu compro, o tanto que eu me vendo
O que eu respeito e tudo que me agride, o que eu mais desejo, por que eu me desespero
O que eu odeio, o que me é tão caro, o que me afeta e o que me desperta
O que me faz gritar, quem me ensinou a andar, o mundo que me acolhe, a dor que me consome
Eu sou o que me agride e tudo que me espanta, eu sou o que eu espero, sou todo o resto
Eu sou o que eu detesto e tudo que eu amo, eu sou o meu inferno e o deus pra quem eu clamo
Eu sou o que eu sonho, o que eu temo, o que eu invento
O que eu como, o que eu aceito, o que eu respeito, o que me agride
Eu sou o tanto que eu desejo, o que me afeta e me desespera
O que me espanta e me consome, meu inferno e o paraíso...