Eu faço um rastro de tropas pelos campos da querência De segunda a sexta-feira embalado ao lombo dos ventas Levanto de madrugada pra manter minha existência Mas o sábado é sagrado pra um campeiro de nascença De tardita me preparo pra camperiar as percantas Deixando o cheiro do campo na sanga da vizinhança Bombacha e lenço de luxo jogo no corpo pra dança E um trago de canha buena para enxaguar a garanta Os arreios de primeira jogo no lombo do pingo E deixo ele preparado pra voltar só no domingo Se acaso eu me emborrache ele já sabe o caminho Ou trazer na sua garupa uma prenda pra esse ranchinho Assoviando pelos campos saio garboso e pachola Imaginando o fandango que começa a poucas horas Chego a babar no palheiro de tanto pensar nas prosas Que vou contar para as prendas pra levar alguma embora Desse jeito eu levo a vida camperiando estrada a fora Meu pingo já esta cansado de tanto ouvir a história De um dia arranjar uma prenda e abandonar as esporas Mas meu destino campeiro não quer que eu me amarre agora