A noite era breu de medos tamanhos Só ele e o céu em terra de estranhos Os olhos cansados pesavam saudades Coração nas mãos batendo ansiedades O Burro carregado, a fronteira à vista E o medo agarrado ao contrabandista António Batista Foi contrabandista em terras de Espanha Desde pequenino Conhece o caminho e o frio que se apanha Veredas estreitas Os olhos à espreita, à espreita do perigo António lá ia Naquela agonia, dum guarda escondido Ai valha-me Deus, dizia baixinho Tão grandes os céus, tão longo o caminho Dormia em segredo à beira dum rio E a manta do medo tapava-lhe o frio Vestia a coragem de quem vai morrer Ao passar a fronteira que o vira nascer António Batista Foi contrabandista em terras de Espanha Desde pequenino Conhece o caminho e o frio que se apanha Veredas estreitas Os olhos à espreita, à espreita do perigo António lá ia Naquela agonia, dum guarda escondido Veredas estreitas Os olhos à espreita, à espreita do perigo António lá ia Naquela agonia, dum guarda escondido