Era boquinha da noite E tu faiscaste entre as ‘capoeira’ Em teu desenho encarnado Eu, carne, me vi padecer Carecer de você Desejar tua boca vermelha As cores fogem a cena Mais tu permaneces no meio do nada Ciranda amarelo manga Na cama, na cana, em chama A transa, a trama, o toque O romper da manhã Vem, meu nego Que o dia é de Sol, é de frevo e preguiça Chega, nego O axé que tu tens é o meu carnaval Pelos becos Estreitos que rasgam e calam cidades Nossas bocas Dividem os beijos com outros de nós Suor reflete o fogo E a carne rendida Ao som do batuque Revela que o nosso pecado É não pecar por amar Ou amar o pecado Com medo do amargo Que tem o tal não pecador Meus quatro dias de festa Não dizem do quinto Que passa e leva A notícia de cinza e tristeza Chuva, suor e cerveja Regando a gente Numa quarta quente Anúncio do fim do verão Vem, meu nego Que o dia é de Sol, é de frevo e preguiça Chega, nego O axé que tu tens é o meu carnaval Pelos becos Estreitos que rasgam e calam cidades Nossas bocas Dividem os beijos com outros de nós